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Um jogo onde não há ganho: comparação

Nessa semana andei mais melancólica que o normal. Assim, talvez mais reflexiva que o normal. Há um bom tempo, o uso saudável das redes sociais é algo que vira e mexe sempre vem estado em meus pensamentos. Como podemos tornar aquela rede melhor para outros e também para nós. Contudo, há algo que afeta diretamente proporcional a vida das pessoas na internet, essa coisa é a comparação. Hoje, é ela que será o alvo aqui no blog.

Essa semana, em meio a esses picos de melancolia, fiz uma simples pesquisa em meu Instagram sobre o quanto cada um considerava expor de sua vida e se ao desconectar da rede o quanto se sentia em estado de comparação. Dessa forma, 31% considera se expor na rede mais que a média. Enquanto, 58% afirmaram que quando abandonam a rede possui sentimento de comparação acima da média.

O que isso quer dizer? eu acredito que uma alta exposição muitas vezes, mesmo não intencional, é uma atitude geradora de comparação. E a culpa é dessa pessoa? não. A comparação nasce dentro de nós mesmos, com um sentimento de descontentamento e também, ingratidão. Porém, algo que eu gosto sempre de fazer é ser intencional no que publico, por exemplo: o que eu posto é para mostrar ou inspirar? eu sempre escolho postar o que pode inspirar e não apenas mostrar.

Além de que, para mim, a rede social Instagram não passa de um álbum de lembranças da minha história. No entanto, quem o vê não o vê como eu vejo e é aí que eu passo a refletir sobre como essa rede pode ser mais saudável.

Identidade versus Comparação

Sabe, um dia eu já me vi querendo ser quem eu não sou. Eu olhei para outra pessoa e pensei: “puts, que gostos legais, que vida maneira, que estilo massa”. Eu me comparei. Olhei para mim mesma como se tudo o que eu era, fosse de menor valor do que o que o outro era. E para que? muitas vezes, queremos ser aprovados por pessoas que nem conhecemos, nem gostamos e nem mesmo acreditamos.

Nós somos únicos. Sendo estranhos, autênticos, inadequados, sendo o que nós nascemos para ser. Ninguém poderá fazer melhor o papel de ser você, do que você mesmo.

A comparação nos leva a uma tentativa frustrada de ser quem nós não somos. De querer o que não temos e de viver o que nós não fomos chamados para viver.

Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra.

1 Coríntios 12.12- 23

Atualmente, as redes sociais faz nos enxergarmos por modas efêmeras ~talvez, isso seja até mesmo redundante. No entanto, nós não somos moldados do sapato que todo mundo está comprando, nem do corpo perfeito que uma foto mostra ou da boca que está em alta. Desse modo, estaremos sempre e sempre insatisfeitos querendo mais e nunca contentes.

Essa geração corre o risco de perder a sua própria jornada querendo correr a jornada que pertence a outra pessoa.

A luta contra a comparação

Assim, eu acredito no poder do hábito. No poder de sermos transformarmos na renovação da nossa mente dia após dia. E dessa forma, passo a pensar melhor no que o meu conteúdo pode gerar para outra pessoa e no conteúdo que eu absorvo online.

A luta contra a comparação é uma vida de contentamento com o que você tem.

O SENHOR é o meu pastor; de nada terei falta.

Salmos 23:1

Eu gosto muito dessa passagem e nessa versão. De forma tal que ela me sustenta quando eu penso que preciso de algo que não posso ter agora. Que preciso ser quem eu não sou. Ou então, que tenho que produzir o que não está na minha capacidade. Se o Senhor é realmente o pastor da minha vida, aquilo que eu não tenho eu não preciso.

Dessa forma, eu lhe convido para pensar no que suas redes sociais tem gerado e se o que você consome online te faz ser mais grato ou te faz insatisfeito consigo mesmo. Te convido a partir de hoje, a viver intensamente o seus desafios, a sua jornada. A correr a corrida que você tem para correr e se alegrar com a corrida do outro!


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