Devocional, Documentando a Jornada, Jesus, Texto

Do vício de agradar ao dom de amar

Na minha primeira infância eu lembro de Te louvar em um santuário junto a outras vozes que liam as canções em um livreto feito por aquela igreja católica. Na minha segunda infância, lembro de guardar os Teus mandamentos que aprendia na “salinhas das crianças”. Logo mais na adolescência, cheguei a me perguntar ao ver a mudança de comportamento dos adolescentes ao meu redor, se eles esqueceram o que é bom e agradável ao Senhor. Por toda a minha vida eu quis Te agradar, mas não era somente a Ti.

Eu quis ser uma filha agradável aos meus pais, esquecendo-me do verso que Paulo nos conta que o amor é o maior dos dons. Quis ser uma amiga que não falhava nunca, e falhei. Não quis me envolver com namoricos, aprendi em uma canção do Crianças Diante do Trono que “história de ficar não é boa”. Eu realmente guardava em meu coração as verdades em que eu cria. Mas adivinha?

Como poderia eu, uma mera humana, errar? mas a verdade é que eu sempre errava e errava e errava. O que eu não via é que Deus me ensinava e ensinava e ensinava. Que em meio as muitas falhas Ele ainda me amava. Mesmo que eu não fosse a número um nas minhas notas, a leitora assídua da palavra, a recordista dos devocionais, a amiga para todas as horas ou seja o que for que não me colocasse em uma situação que agradasse as pessoas ao meu redor ou até mesmo Deus.

Quem muito foi perdoado, muito ama

Querendo tanto agradá-Lo, esqueci de amá-Lo verdadeiramente. E o pior de tudo, esqueci que Ele me amava verdadeiramente independente da minha humanidade pecaminosa. Aprendi tanto sobre a graça, mas na culpa pelas minhas falhas esqueci que ela é imerecida. E nada, absolutamente nada, que eu pudesse fazer para ser a pessoa mais certinha desse mundo iria me fazer merece-lá mais.

Por tanto tempo da minha vida quis agradar, hoje quero amar. Mais que ser agradável quero ser amável. Pois na verdade, aprendi, por todo esse tempo querendo agradar que não há ser humano mais agradável que aquele que ama. E quem muito foi perdoado, muito ama.


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