História da Igreja, Jesus

Em meio a comunhão, o partir do pão e oração

Há um tempo conheci um blog de missionários que falavam muito sobre Herrnhut e o povo moraviano. E foi mais ou menos assim que eu fui tocada profundamente sobre esse assunto!

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham‑se unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens e os distribuíam conforme a necessidade de cada um. Todos os dias, continuavam a reunir‑se no pátio do templo. Partiam o pão em casa e juntos participavam das refeições com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.”

Atos 2:42-47

Leia esse post escutando: É Ele – Drops INA

Após a morte de Cristo, Jesus ressuscitou e veio aos discípulos falar com eles sobre o Espírito Santo. Logo após sua ascensão, em Atos 2 nós lemos sobre o derramar do Espírito sobre aquelas pessoas reunidas no que seria o início da igreja de Cristo. Assim, eles viviam nesse espírito de comunhão, do partir do pão e intercessão.

Nós cristãos do século XXI, para chegarmos onde estamos hoje, passamos por várias fases da igreja. Como devemos ser gratos àqueles que prepararam o caminho e trouxeram o evangelho até os nossos dias atuais.

Porque os discípulos tiveram como legado perpétuo os testemunhos de Cristo e foram mártir por ele. Como o apóstolo Paulo que pregou o evangelho pela Europa em meio a um período de muita perseguição. Até que muito tempo ~300 anos de perseguição~ depois chegou ao imperador Constantino e se converteu, permitindo assim a liberdade religiosa. E um missionário chamado Columba levou o evangelho aos escoceses em meio a antecedente queda do império romano. E nesse período medieval, o paganismo se multiplicou e nesse contexto, já estavam em alerta para as mudanças que a igreja necessitava, uma reforma. John Huss (1369-1415), um pré-reformador pregava o evangelho na Alemanha até que por seus ensinos baterem de frente com os da igreja da época foi morto pela inquisição.

A história do povo Moraviano

Em 1618, no período da reforma protestante (1519-1712), a guerra dos trinta anos dividia a Europa, principalmente a Alemanha, em meio a rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais.

O povo Moraviano ~hoje, a região da Moravia e Boêmia é a atual República Checa~ fugindo da perseguição vão encontrar abrigo em outra região como refugiados. Um jovem pastor, chamado Nikolaus Ludwig von Zinzendorf, conhecido como Conde Zinzendorf, qual tinha uma boa quantidade de terras, doou um pedaço para o povo moraviano. Assim, eles construíram uma vila por lá que com o tempo se tornou a comunidade de Herrnhut ~ “guardado em segurança pelo Senhor”. Uma observação é que boa parte dos moravios eram descendentes dos irmãos Hussitas, dá época de John Huss, o pré-reformador citado.

Nesse contexto, a comunidade se tornou um lugar de exílio para vários protestantes que eram perseguidos nessa época. Cada um tinha sua crença e culto diferente, o qual começou a ocorrer algumas brigas e conflitos teológicos. Assim, por conta dos conflitos o conde se volta para o povo moraviano e passa a cuidar melhor deles.

Rumo a um culto de ceia, em agosto de 1727, os irmãos daquelas comunidades estavam se reconciliando entre eles. Um espírito de comunhão, suplicas e arrependimento invadiu a reunião deles. A Ceia do Senhor só pode começar uma hora mais tarde, porque houve muito choro na igreja. O Espírito de Jesus se manifestou no meio dos irmãos morávios, começando algo que somente Ele podia fazer.

Cerca de duas semanas após esse culto, eles combinaram um relógio de oração que durou 100 anos, oração 24/7 dia e noite. Assim como eles foram despertados para a vida de oração, eles também foram despertados para missões. A partir desse contexto diziam: “Aprendemos a amar”.

“Aprendemos a amar”

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando‑os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando‑os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.”

Mateus 28:19-20

O despertar maraviano para o cumprimento grande comissão foi tamanha que foram percursores das missões modernas. Eles iam para onde ninguém ia, como o Alasca, ilhas perdidas e lugares onde não poderiam sair ilesos.

Dois jovens Moravianos, fizeram contato com o dono de uma ilha no Leste da Índia, cujo tinha tomado das florestas da África mais de 2000 pessoas e feito delas seus escravos, essas pessoas iriam viver e morrer sem nunca ouvirem falar de Cristo. Assim, eles perguntaram se poderiam ir para lá como missionários, a resposta do dono foi clara ao dizer que ninguém chegaria lá para pregar o evangelho. Assim, eles voltaram a orar e fizeram uma nova proposta ao dono, irem como escravos para a ilha. Dessa forma, o homem disse que aceitaria, mas não pagaria nem mesmo o transporte deles. Então os jovens usaram o suas próprias economias para a viagem.

No dia da viagem, estavam no porto se despedindo do grupo de oração e de suas famílias o choro de todos era intenso, pois sabiam que nunca mais veriam aqueles jovens, e quando questionados sobre a decisão eles diziam: “Para que o cordeiro que foi imolado receba a recompensa pelos seus sofrimentos”.

Em meio a comunhão, o partir do pão e oração

Sendo assim, dentre todas as fases da igreja que passamos, é evidente que o Espírito é derramado no mesmo contexto do primeiro modelo descrito em Atos: em meio a comunhão, o partir do pão e oração.

Depois do avivamento moraviano, o mundo enviou muitos missionários até que chegou na América e hoje temos acesso ao evangelho, a verdade que liberta. Como João bem diz, “conhecereis a verdade e a verdade vós libertará”. Hoje, temos liberdade de viver, pregar e sermos a igreja de Cristo. Graças a esses pequeninos que um dia deram suas vidas por amor a Jesus.

O que estamos esperando para gastarmos a nossa vida, perdendo tudo por amor e com alegria, pelo dono dos nossos dias?

Obrigada por ler esse post, até o próximo!


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